“Rito de Transição” é uma peça de teor autobiográfico dedicada aos processos de transição corporal, hormonal, social e ecológica. Como um experimento científico aberto ao público, é também uma ode às parentalidades e infâncias queer, brincando com a linguagem que se transmite e que transita entre a boca de pessoas adultas e a boca das crianças (e vice-versa). Ritó construirá uma fábula política sobre corpos, famílias e mundos que parecem estar a desaparecer até da língua das crianças.
Como falar de todo um conjunto de espécies e vozes que se foram ausentando do mundo? Como falar do que tem mudado e transitado cada vez mais rápido? E o que dizer de novas “robóticas moles”, ou de nano-interfaces líquidas que têm alterado rapidamente o panorama das ciências e da ecologia, e nem sempre acessíveis em novas metáforas para o entendimento do mundo? Por exemplo, o TestoGel, aplicado no braço de R. a cada noite? Ou a poluição das águas com estrogénio, que tem provocado casos de puberdade precoce?
“Rito de Transição” será também um rito compartilhado de transição, que experimenta uma linguagem intergeracional e uma perspetiva intersticial entre artes e ciências.
Esta criação conclui o processo de investigação que Ritó Natálio realizou, ao longo de três anos, no contexto do projeto STAGES (Sustainable Theatre Alliance for a Green Environmental Shift), cofinanciado pela União Europeia e do qual o Teatro Nacional D. Maria II é parceiro.
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