Museu Encantador foi desenvolvido em 2014 por Rita Natálio e Joana Levi no Brasil. O projeto propunha pensar a construção de um museu como performance, onde o corpo se oferecia como guia de encontros improváveis entre figuras da cultura portuguesa e brasileira com a contribuição de várias pessoas em trânsito entre esses dois lugares. Na percepção sobrenatural e popular do encantamento no Brasil, “encantar-se” é ficar ligade a um processo ou uma relação, ficar suspense por um “feitiço” onde realidades se emaranham. A partir da memória deste projeto, Joana Levi, Rita Natálio e Teresa Silva revisitam a performance que desenvolveram há oito anos. Isso não é feito sem fantasmagoria, e convoca a reparação de equívocos e arquivos do processo. Será preciso literalmente desenterrar o museu e a sua arquitectura de poder, desentupir os canos do encantamento (de)colonial a céu aberto, nos jardins da Gulbenkian.
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