Série de palestras por artistas da cena internacional da dança contemporânea, publicada em formato podcast durante a temporada de 2023/2024, em inglês e português, numa co-produção entre os Estúdios Victor Cordon e a Associação Parasita, com curadoria de Carlos Manuel Oliveira.
Pretende-se dar conta da riqueza, diversidade e alcance do pensamento coreográfico atual, bem como da profusão de discursos a que a dança contemporânea tem dado origem, percorrendo uma variedade de questões que fazem da sua problematização um campo de exploração e criação inesgotável. A par da singularidade do trabalho de cada artista, serão expostas linhas de pensamento em relação a questões de política na dança, coreografia social, dança e linguagem, processos de criação e respectivos produtos, ou ainda em relação à cognição das corporalidades. Lançando questões tão genéricas quanto “O que pode o pensamento coreográfico?”, espera-se convocar um conjunto de respostas singulares, enunciadas a partir das matérias a que cada artista mais se dedica. Em suma, dá-se a ouvir a voz de quem dança e faz dançar, mas que não menos questiona a dança e faz pensar.
No primeiro episódio de Falar as Danças, a bailarina e coreógrafa inglesa Siobhan Davies lê-nos “Postcards from a life which dances” (Postais de uma vida que dança), um texto que escreveu exclusivamente para esta ocasião.
Siobhan dedica-se à recolha de imagens, desenho, escrita e conversação como extensões da dança e da coreografia. Com um corpo de trabalho que se estende ao longo 50 anos de atividade, criou obras tanto para teatros como para galerias e, em 2006, juntamente com a arquiteta Sarah Wigglesworth, criou os Siobhan Davies Dance Studios, em Londres. Reformou-se dos estúdios em 2020, mas continua a trabalhar como professora associada na Universidade de Coventry (Cdare).
No segundo episódio da série, o bailarino e coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin convida a artista, performer e influencer de Teresina Neguxa Uau para ler “A vida é a vida e a vida é babado”, um texto seu escrito a nosso convite.
Marcelo vive entre Teresina e Amesterdão e trabalha no Brasil, no Japão e em vários países da Europa como artista independente à frente da Plataforma Demolition Incorporada, que tem sede no CAMPO, um espaço de Residência e Resistência das Artes Performativas em Teresina, no Piauí. O Marcelo iniciou-se como coreógrafo em 1989, contando hoje com um corpo de trabalho composto por mais de 30 obras coreográficas, das quais “Barricada”, “A Invenção da Maldade” e “ai, ai, ai” continuam em circulação. Ensina na Escola Superior de Artes de Amesterdão desde 1999 e é responsável por projectos de criação artística em Universidades e cursos de mestrado, tais como o Instituto Superior de Artes e Coreografias, em Bruxelas, o Museu Reina Sofia, em Madrid, o EXERCE, em Montpellier, e o Centre National de la Danse, em Paris. Em 2019, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Piauí. Os seus espetáculos circulam por teatros e festivais de todo o mundo, tais como o Festival d’Automne, em Paris, o Kunsten Festival des Arts, em Bruxelas, o Teatro Rivoli, no Porto, ou o Festival Alkantara, em Lisboa, onde apresenta este ano a mais recente criação da Demolition Incorporada, “UIRAPURU”.
A série é publicada nas seguinte plataformas:
Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Pocket Casts, Radio Public, Castbox e Soundcloud.
A sua tradução e legendagem pode ser acedida no YouTube.