Esta palestra percorre uma série de obras moldadas pela dúvida, pelo cansaço, pela apropriação e pela recusa. Parte de uma crise pessoal — a perda do desejo de dançar — e desdobra-se numa reflexão sobre as implicações políticas e poéticas do movimento e da imobilidade. Através de referências coreográficas dos anos 1990 até aos dias de hoje, questiona-se como é que os corpos transportam histórias, como se transmitem gestos, e de que forma a performance pode operar como um modo de pensar.
Combinando narrativa, pensamento crítico e momentos de reencenação, a lecture propõe a coreografia não apenas como uma estrutura para organizar o movimento, mas como um modo de encenar perguntas: como dançar quando dançar parece impossível? Como falar a partir do corpo, e como escutar através da forma? O que significa apropriar-se, copiar, transmitir? E onde termina a coreografia — se é que termina?