João dos Santos Martins (Santarém, 1989) é artista e o seu trabalho abrange várias formas que permeiam a dança, explorando formatos como a coreografia, a exposição e a edição. Começou por estudar Dança na ESD (Lisboa), e na P.A.R.T.S., em Bruxelas, e fez um mestrado em Estudos Coreográficos entre o e.x.er.c.e/Paul Valèry II, em Montpellier e o Instituto para Estudos Aplicados ao Teatro, em Giessen. Desde 2008 dançou em trabalhos de Eszter Salamon, Moriah Evans, Xavier Le Roy, Jérôme Bel, Boris Charmatz, Marcelo Evelin, Manuel Pelmus, Rui Horta, Ana Rita Teodoro, entre outros.
A sua prática articula modos de fazer colaborativos que focam questões de transmissão, memória, repertório e paradoxos na atividade de dançar. Criou peças como Projecto Continuado (2015) e Companhia (2018), com Ana Rita Teodoro, Clarissa Sacchelli, Daniel Pizamiglio, Filipe Pereira e Sabine Macher, Onde Está o Casaco? (2018) com Cyriaque Villemaux e Ana Jotta, Antropocenas (2017) com Ritó Natálio, ou Está Visto (2023) com Ana Jotta, Joana Sá e Filipe Pereira.
O seu interesse pelas genealogias da história da dança, levou a criar, juntamente com Ana Bigotte Vieira, um dispositivo para o mapeamento colectivo da dança em Portugal — “Para Uma Timeline a Haver” —, e a fundar um jornal semestral — Coreia — dedicado a escritos de artistas e sobre as artes. Esporadicamente escreve e faz curadoria, atividade da qual destaca “Nova—Velha Dança” (Santarém, 2017) e “dança não dança” (FCG, Lisboa, 2023).
Recebeu a bolsa de mérito da ESD-IPL 2008/09, foi bolseiro do programa danceWeb 2010, do CNC (2010), do ENPARTS (2010/11), da FCG (2011-13) e do Goethe-Institut Salvador-Bahia (2022). Foi artista associado do Espaço do Tempo, da Circular e dos Estúdios Victor Cordon. A sua peça “Projecto Continuado” (2015) recebeu o Prémio Autores SPA em 2016. O seu trabalho foi apresentado em Portugal, Espanha, Suíça, França, Bélgica, Letónia, Japão, Áustria, Roménia, Brasil, Moçambique, Uruguai, Chile, Coreia do Sul e Nova Zelândia.