TRIADIC / DISPLACED AND PERFORATED
Performance coreográfica que investiga as conexões entre afetividade, fisicalidade e sociabilidade do corpo. As proximidades e distâncias entre tais características são escavadas pelo desenvolvimento da actividade cinética de um corpo que é sempre múltiplo. O espaço da performance é uma câmara de investigação em que a inércia da flutuação é o locus do corpo. A matéria do corpo é hospedeira de intensidades que permitem a sua transformação, humana e não-humana, animal e maquínica. O ponto de partida foi o diálogo com algumas das ideias de Oskar Schlemmer sobre a relação entre corpo e modernidade, e a sua partitura para o Ballet Triádico. Tais ideias incluem o interesse em encenar o humano do futuro, em que prevalece a exortação aos poderes de transformação do corpo. Relacionando corpos do passado com corpos do futuro, combinam-se aqui diferentes corporalidades fantasmagóricas, desde mundos arqui-fósseis a mentes sem objectos. Tal capacidade de transformação, mobilizada por empatias e afectos, gera um espaço em que o físico encontra o social, e em que danças sociais e rituais tomam lugar. Aqui, o corpo é um receptáculo de mudanças.